sábado, 27 de junho de 2009

Liberdade

Ele sonhava em ser livre, independente
Estudou, trabalhou
Comendo o pão que o diabo amassou
Conquistou tudo o que queria
Conhecimento, amadurecimento
Posses
Companheiros, amigos
Sócios... dinheiro!
Ficou tão bom no que fazia
Fazia tão rápido e tão bem
Que começou a sobrar tempo
E foi percebendo que
Nada daquilo era mais relevante
Única e exclusivamente
O que importava era sua independência
Já não precisava mais da casa dos seus sonhos
Porque podia morar onde quisesse
Nem de seu carro
Porque podia comprar qualquer outro
No momento que desejasse
Já tinha tanto
Que nem precisava mais ganhar dinheiro
Então, começou a ser independente das pessoas
De quem o ajudou a crescer
Dos amigos, de quem o amava
Ficou tão obcecado pela liberdade
Que queria ser independente até mesmo dela
Sua busca o fez se livrar de tudo
De seus próprios sentimentos
E, de tão independente
Sobrou somente o vazio
Sua decepção foi tão grande que
Sua insanidade assumiu seu total controle
Confundiu vazio e morte e...
...se aprisionou

6 comentários:

Amanda N. disse...

Sad...

Luísa disse...

a gente quer sempre na vida.
a culpa também deve ser nossa mesmo....
culpa de querer sempre.
(ou não, sei lá.)

mas sei que esse querer me faz quem eu sou,
é esse eterno querer que me faz ser o que eu sou.

e eu não quero mudar, nisso não.

Unknown disse...

Se aprisionou e sufocou-se em sua propria liberdade...leia ou assista "A insustentavel leveza do ser"...particularmente prefiro o livro do Kundera, mas o filme tbem eh bom...talvez enfadonho para quem nao tiver sensibilidade e inteligencia para captar a mensagem.

Amanda N. disse...

Pensando depois, sabe o que isso me lembra? 'Iter Impius'.

Unknown disse...

Concordo plenamente, Amanda!

Anônimo disse...

É por isso que dizem que nenhum dos extremos é bom - mas quem disse que é fácil achar o equilíbrio? Será que a graça da vida está exatamente na procura?
I don't know...
Só sei que não temos outra saída senão tentar.