sexta-feira, 9 de março de 2012

Nova Iorque

É inverno na fria cidade de Nova Iorque. E não é só porque é inverno que é inverno. É inverno porque é sempre inverno, mesmo quando é verão. É inverno porque apesar de nem sempre as pessoas estarem com pressa, as pessoas estão sozinhas. E elas estão sozinhas porque a cidade é uma cidade passageira... é onde todos passam, mas ninguém fica. Nova Iorque é a cidade dos negócios, a cidade do dinheiro. Mais do que a Capital do Mundo, Nova Iorque é o Mundo do Capital. E, sendo assim, Nova Iorque fecha as pessoas. Todas as pessoas, não só descendentes de todo o mundo, mas as pessoas de todo o mundo. Fecha como tudo se fecha após as quatro da manhã... na cidade que "nunca" dorme.
É um desperdício... chega a ser uma pena. Porque a cidade é realmente linda, com todas as suas luzes e edifícios, com a água que a cerca pelos quatro cantos, com as selvas naturais dos parques que se perdem na selva artificial de concreto, com seus lugares pequeninos e aconchegantes e infinitos...
E fico imaginando como seria diferente o passeio pela rua 42 ou pelo Battery Park se a moça que me conheceu ainda de cabelos longos estivesse aqui. A moça que escreveu tanto da minha história... fico imaginando as viagens, que sempre foram tão boas em outras estradas, sendo aqui também, pelo vermelho das árvores e pelas casas dos alpes. Imaginando o rádio alto tocando música boa só para nós... imaginando eu parando para comprar flores da mulher que sempre somente cumprimento nas voltas do trabalho.
E acho que seria verão mesmo no inverno. E a fria cidade de Nova Iorque, dancing, não mais dormiria...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Encontros

A situação é diferente... Hoje, o momento é outro.
Moça, eu não só preciso como também quero, do fundo do meu coração, dizer que
Amo você completamente, sem sombras, sem dúvidas.
Não me importaria de gritar à multidão, de mandar mensagens em garrafas ao mar,
De responder "agora" para as perguntas mais embaraçosas ou de ser tachado de louco
Ainda que silenciosamente, aqui no meu canto, na minha solidão.

Eu ainda acredito, sim, em amores à primeira vista.
Um mundo sem reencontros seria um mundo sem chances.
Acho, no entanto, que eu era cego para enxergar somente isso.
Mas, hoje, também acredito num mundo onde tudo tem um começo,
Onde tudo tem sua primeira vez. E, a partir daí,
Você constrói. Constrói para que os reencontros façam sentido.
O que me fez perceber porque, no fundo, não parei de ter essa certeza:
Certeza de que sempre quis você por perto. E de que o tempo ainda existe.
E a distância que hoje é insuportável será o reencontro mais apaixonante do amanhã.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Apresuntação


- Tô apresuntando hoje...
- O que é isso?
- Virando presunto.
- Como assim? Não conheço esse termo!
- Nunca viu quando a polícia está preenchendo uns sacos pretos deitados na rua?
- Ahn...
- Então, você diz: virou presunto!
- Tá, isso eu sei. Mas o que tem a ver com o seu trabalho?
- Nossa! Acabei de virar pó de presunto agora...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Luz

Quando foi que me perdi
Se é que me perdi?
Ou nunca me tive?
Talvez a vida seja como perguntas
E talvez as respostas sejam como a morte:
Quando as encontrar
Não voltarei para contar.
Não quero desperdiçar mais perguntas
Nem quero ganhar mais uma luz
Ao invés de obter as respostas.
Uma grande luz
Quando ilumina somente por baixo
Torna nossas sombras maiores do que nós.