domingo, 25 de novembro de 2007

Sólétra!

- Então, estava conversando com uma mulher da Bahia pra saber o que ela estava achando do sistema. Mas o engraçado foi o sotaque dela falando "Merrill Lynch"!
- Como foi?
- Ela, bem arrastado: "Mérro Linti? Sólétra, pu favô?"
- E aí, cara?
- E aí que eu soletrei...
- Que engraçado! Pelo menos você não teve que falar com ninguém do Suriname...

Metamúsica: música sem meta?

- Essa banda é boa, então?
- Tem um toque de Pink Floyd.
- Pink Floyd é bom, mas eu tenho impressão de que algumas músicas nunca começam.
- Não é bem assim...
- Pelo menos as músicas dessa banda começam?
- É, posso dizer que começam, sim... Mas também não levam a lugar nenhum!

Novela mexicana baiana

- Maínha, maínha! Adivinha o que Jefferson Wellington fez?
- Não sei, meu filho! Eu não falei para parar de andar com ele? O seu irmão, Jackson Robinson, já parou faz tempo!
- Ele andou traindo a Sebastiana Josefina!
- Sério, Washington Alisson?
- Pior que você não sabe com quem...
- Fale logo, abestado!
- Com a Maria Quimberli!
- Não acredito, Washington Alisson! Mas ela também não tá pra casar? Qual era o nome do rapaz, mesmo?
- O Genilson Watison?
- É... não era ele que era filho de cangaceiro, que andou desbravando meio mundo aí?
- Ele mesmo...
- Se bem que Genilson Watisson... Uótison? É o ó esse nome, hein?
- Nem fale isso, maínha! Do jeito que o cabra é... Parede tem ouvido!
- Eu sei. Mas esse Jefferson Washington é louco, mesmo...
- Se bem que ele sabe se garantir, não é? O pai dele é o dono da loja de armas da cidade.
- É anúncio de uma grande tragédia, meu filho.
- Grande tragédia, maínha...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Padaria

- Já que é pra apertar a minha coxa, aperta com gosto, enche a mão!
- Nossa, mas eu não tenho força... esse coxão!
- Daria um bom assado, né?
- Daria, viu?!
- Já pensou na padaria, você vê aquelas máquinas com uma coxa humana rodando...
- Ãhn?! Você perguntou se eu já vi?!
- Não, falei "já pensou"!!!
- Ah, ia perguntar por qual tipo de padaria você tem andado...
- Né? Padarias do Congo, onde tem umas tribos canibais... Brincadeira, não sei nem se tem tribo canibal no Congo!
- Que preconceito, né? Mas... será que no Suriname tem?

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Às vezes, eu acho que a vida tem trilha sonora...


CÂMERA INTERNA. INTERIOR DE UM SHOPPING CENTER. NOITE.

Um MOÇO está sentado, ora abraçado, ora de mãos dadas, com uma MOÇA num banquinho. A câmera mostra os dois de frente por inteiro. Uma música ambiente bem baixinha acompanha a conversa dos namorados no Shopping Center vazio, mas ainda com as luzes totalmente acesas e somente alguns seguranças.

MOÇO
Sabe, se o mundo acabasse amanhã, eu não iria agradecer por estar ao seu lado, não iria dizer que poderia morrer feliz.

MOÇA
O que faria?

MOÇO
Se o meu sonho é a eternidade ao seu lado, eu faria com que esse dia fosse eterno, eu faria com que a eternidade coubesse nele, só pra viver pra sempre com você. Sabe, ultimamente, eu tenho começado a duvidar do meu próprio ceticismo. Eu não concebo mais que o mundo não é regido por nada, que as coisas acontecem simplesmente por acontecer.

MOÇA
É impossível que não tenha nada, é impossível que seja só coincidência o fato de estarmos aqui, é impossível que estejamos nesse mesmo lugar ao mesmo tempo sem ter uma mão divina nos guiando, é impossível que eu tenha o achado quando eu mais precisava, sem querer ter procurado...

MOÇO
Às vezes, eu acho que nossas vidas são palco de seriados assistidos e criados pelos deuses, por gostarem da emoção humana, pra poderem rir, chorar e se emocionar também. Deuses que mexem num destino, que fazem os personagens viverem grandes histórias. E, se um Deus existir mesmo, se acreditar em Deus é ser feliz como eu sou com você, é ser completo, é transbordar lágrimas de alegria por não caber tanta felicidade aqui dentro, então eu não tenho mais por que duvidar de nada.

Lágrimas começam a escorrer dos rostos do casal. O MOÇO enxuga as lágrimas da MOÇA e acaba esquecendo das dele próprio.

MOÇO
Não chora, moça.

MOÇA
São lágrimas de alegria.

MOÇO
Mais bonitas que as lágrimas de tristeza são as lágrimas de alegria...

MOÇA
Um amor tão bonito, tão puro... não tem como conter.

MOÇO
Engraçado que, chorar por tristeza e transmitir esse sentimento é tão fácil, todo mundo sabe fazer. Mas chorar de alegria e passar isso adiante é tão raro. Tantas pessoas passam uma vida toda buscando ser felizes e não conseguem, tantas outras dariam tudo por um momento com lágrimas como essas e morrem antes disso... E a vida foi tão gentil comigo.

MOÇA
Comigo também. E, se isso for mesmo um seriado... às vezes, eu acho que a vida tem trilha sonora...

Um sorriso tímido brota nos dois em meio às lágrimas.

MOÇO
Eu te amo tanto.

MOÇA
Eu também te amo. Demais.

Os dois dão um longo abraço enquanto a câmera se aproxima num close. Eles se levantam e começam a ir embora, caminhando lentamente. Uma outra câmera foca de cima o banquinho vazio e diminui o zoom sobre ele, deixando a visão do Shopping Center vazio cada vez mais panorâmica e mostrando o casal sumindo dos limites da tela.

FADE OUT.

A música deixa de ser ambiente e entra como fundo da cena; ouve-se Dave Matthews Band.

"Take my hand
'Cause we're walking out of here
Oh, right out of here
Love is all we need here

The space between
What's wrong and right
Is where you'll find me hiding
Waiting for you

The space between
Your heart and mine
Is the space
We'll fill with time

The Space Between..."

domingo, 7 de outubro de 2007

Iron no Brasil?!

- Parece que o Iron Maiden vem pro Brasil ano que vem, né?
- Bem, eles confirmaram presença na América do Sul.
- Ah, então eles vêm! Que legal!
- É, confirmar presença na América do Sul e não vir pro Brasil, vão pra onde?
- Não sei...
- Pro Suriname, ué?!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Geografia?!

- Preciso ver o Suriname, lá na África.
- Onde que fica o Suriname?!?!
- Na África, não é?
- Até onde sei, o Suriname fica na América do Sul.
- Você tá brincando...
- Não estou. Fica entre a Guiana e a Guiana Francesa.
- Ué? Mas Guiana não fica na América Central?

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Festival Narrador Descolado

...

E, na programação de férias da "Rede Bobo", estréia: "Festival Narrador Descolado", uma seleção de filmes muito maneiros pra agitar a galerinha adolescente que julgamos imbecil!
Segunda: uma equipe irada só pensa em ganhar o torneio do seu colégio e vai arrumar altas confusões em "Férias Radicais"!
Na terça, dois caras muito espertos e cheios do dinheiro só querem saber de carrões, gatas e muita curtição em "Levando uma Vida do Barulho"!
Quarta: ele foi parar na Califórnia, em pleno verão, e vai se meter nas maiores encrencas para descolar essa garota: "Curtindo o Verão Adoidado"!
Na quinta, essa jovem só pensava em conquistar seu vizinho. Para isso, ela vai viver loucas aventuras em "Love Town: a Cidade do Amor"!
E na sexta, essa turminha muito descolada só quer viajar para os lugares mais quentes. Só que vão tirar o sossego dos pais e enfrentar a diretora do colégio "Aprontando Poucas e Boas"!
"Festival Narrador Descolado": todo dia, um filme para agitar sua "Tela Fervendo ES-PE-CI-AAAALLLL"!

Pã-pã-pã... Rãn!!!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Regra de etiqueta

- Hum hum um hi hum humhum?
- Hum hum!!! Hum um humhum?
- Hi hum hum um hum hum! Hum hum hum?
- Hhhuuummm...
- Hum hum hi hum?
- Glump!
- Gloomp!
- Isso daria um texto...
- Qual?
- Chamado "Regra de etiqueta". Moral: nunca fale com a boca cheia.

How you doin'

- E o que uma letra não faz com uma palavra, né?
- Por quê?
- Porque pode mudar o tamanho de algo minúsculo para uma coisa gigantesca.
- Como assim?
- Ah, na palavra chip, coloque um M antes do P...
- Continua...
- O minúsculo chip vira um macacão!
- Ah tá... mas não seria mais fácil trocar o C pelo S? Viraria um navio bem maior...
- Ãããhhhnnn... how you dooooinnn'?!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Vive?

Você pesa por causa de um cansaço.
Você cansa por causa de um peso.
O peso do seu cansaço pesa.
O cansaço do seu peso cansa.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Ãhn?

- Então, essa matéria é importante pra sua formação, não é?
- Ãhn?
- Eu perguntei se uma matéria era importante pra sua formação.
- Hein?
- Mecânica, sabe?
- Como?
- Você tá me ouvindo?
- Eu sei, tô brincando! Queria zoar!
- Ãhn?!
- Eu disse que estou brincando!
- Hein?

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Britney Spears

- Olha só a foto da Britney Spears com a cabeça raspada.
- Nossa...
- Zoada, né?
- É...
- Parece que ela não está fazendo nada direito mais: anda bebendo, fumando demais... Uns dizem que está drogada...
- Outro dia falaram de um vídeo que um Paparazzi pegou: ela chegava numa farmácia e batia o carro num outro estacionado. Pior que ela saiu como se nada tivesse acontecido.
- Sério?
- O sucesso subiu...
- O que aconteceu com a cabeça dela, né?
- Ãããhhhnnn... rasparam.


domingo, 12 de agosto de 2007

Bateria

- Eu gosto destes bateristas mais técnicos, que não viram cavalos atrás do instrumento.
- Mas é legal ver aqueles que tocam com emoção.
- Claro, mas eu gosto de ver o Mike Portnoy, o Aquiles Priester... eles não fazem força e tocam muito bem.
- Mas pra ser assim, né? Tocam desde crianças.
- É. Sete meses, na barriga da mãe, brincando de chacoalhar os pés fingindo que tem bumbo duplo...
- Já pensou?
- Bem, a mãe iria sentir muita dor ao invés de falar: que lindinho, ele tá chutando...
- Ou então perguntar: será que são gases?!


sábado, 4 de agosto de 2007

domingo, 22 de julho de 2007

Tear the day

Certos dias são como lágrimas. Não todo dia, não se repetem em períodos, não avisam quando vão chegar. Podem acontecer quando menos se espera, após épocas de felicidade estonteante. Simplesmente aparecem.
Acordamos e não gostaríamos de ter acordado, levantamos e não gostaríamos de ter levantado. E tudo parece tão estranho... não parecemos pertencer a lugar nenhum e nada parece nos pertencer. Uma solidão que ataca por fora, por dentro, que quer explodir por dentro, que quer esmagar por fora. E quem explica esse vazio? É algo que vai se tornando maior com o passar do tempo, algo que vai tomando, crescendo até a hora que nem mesmo o ator atua felicidade: transparece tristeza. É quando enganar a si mesmo de que está tudo bem já não é mais suficiente.
É a lágrima que rodeia os olhos, procura uma saída de um lado pro outro, tenta entrar novamente e percebe que já é grande demais para querer ser criança. E cai, cai, cai... lentamente como o dia a passar.
Tanto o dia quanto a lágrima esperam pela mesma coisa: o calor. A lágrima quer secar com um simples toque da mão sobre o caminho traçado para não cair no chão. O dia quer o acalento do simples abraço durante todas as horas para não passar em vão.
E o dia a inveja pois ninguém lhe pergunta "por que chora, lágrima?" Um toque, um abraço não precisam de razões. O dia só os quer para impedir de ser destruído pelo o que não existe, que justamente por não existir o destrói.


segunda-feira, 16 de julho de 2007

Kart

- E aí, o que achou da primeira corrida de kart?
- Gostei! Era o que eu esperava! Mas cansa, né?
- Bastante. Eu quase não consegui levantar depois.
- A nossa disputa foi boa!
- Tá louco, eu tava mais rápido que você mas custei pra ultrapassar, viu?
- Pensou que ia ser fácil?
- Você deu um X, sorte a minha que eu ficava na preferência para a próxima curva.
- Sabe do que eu senti falta?
- Do quê?
- De um retrovisor. Não era muito fácil saber por onde você ia atacar.
- É... eu também... verdade...
- ...
- Na verdade, não senti, não...
- Não?
- Senti falta de uma buzina, isso sim!
- Ãhn?! Você é folgado...


sexta-feira, 29 de junho de 2007

Namoro de pobre

Dois moradores de fim de mundo opostos pegam ônibus para um meio de mundo afim de se encontrarem demorando tanto tempo que é quase hora do mundo acabar. Românticos... o mundo poderia mesmo acabar ali!!! E então, voltam pra casa...


Chocolate sem fio com champagne de duplo sentido, hein?

- Estou me focando em outros projetos, depois volto pra minha "literatura"...
- Outros projetos... o cara tá sério! E onde o chocolate entra nisso?
- Eu morro sem.
- Tipo... morrer sem chocolate ou sem projeto?
- Sem chocolate, oras!
- Sem champagne!
- Sem projeto de champagne?!
- Sem projeto de chocolate!!!
- Que telefone sem fio...
- Tomando champagne ao telefone? Ou o fio do chocolate?
- Embalagem de chocolate no fio da champagne?
- Só se for do projeto sem fio!!!
- Ah, projeto de champagne. Explicado! Sidra Cereser... que é projeto só! Sem fio!
- É, Tá explicado. Não empurra! Cidra? Nunca ouviu falar de... hmmm... Salton? Cabernet Sauvignon? Merlot? Merlin? Chuck Norris?...
- Roskov, mas é Vodka.
- Roskov, Balalayka, Orloff...
- Já tomou no Roskov?
- Hein?!
- Hein é champagne?
- Depende de quanto você bebeu...
- Bebeu Hein? É de duplo-sentido.
- Duplo sentido? Hein, hein?


Sepulcro

- Eu vi o do batismo! Muito bom!
- Sério?
- Sim, por falar nisso, faz muito tempo que não tomo champagne. Diria que uns meses!
- Bem, eu não gosto, mas se ficar sem chocolate por esse tempo, eu morro! Literalmente! Se bem que não existe outro jeito de morrer... existe?


quarta-feira, 20 de junho de 2007

Batizado

- Então, precisamos batizar esse negócio.
- Vamos quebrar uma champagne?
- Como assim? Quebrar uma champagne?
- Ué! Quando batizam um navio, não quebram uma garrafa de champagne?
- Ah tá, já tinha imaginado o padre dando uma garrafada na cabeça da criança...
- Então ele precisaria de três, né?
- Por quê?!
- Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!


quinta-feira, 7 de junho de 2007

Escala de graduação de qualidade - Capítulo Físico-Químico

ETIMOLOGIA

Após a classificação musical, a Escala de graduação de qualidade ainda deu passos adiante visando resolver questões não muito bem explicadas. Tudo começou com a seguinte pergunta: se uma coisa exageradamente boa ClassicalZ, então algo exacerbadamente ruim Quanticalz?
A pergunta soava um tanto quanto estranha de primeira pois uma coisa muito ruim já havia sido classificada anteriormente: ela funkZ! Porém, a mesma pergunta abriu caminho para a reflexão sobre como a Escala não supria a necessidade de se expressar algo indefinido. Indo mais além, também percebeu-se que faltava um termo para definir algo que não fosse absoluto, que pudesse variar diante de diversos fatores.

Basicamente, segundo as teorias físicas, a Mecânica Clássica explica o mundo no qual vivemos, isto é, o tempo passa sempre com a mesma regularidade e as posições de quaisquer corpos são bem definidas juntamente com suas velocidades; a Mecânica Quântica explica o mundo microscópico, ou seja, estuda as partículas, invisíveis para os seres humanos a olho nu, determinando suas posições ou suas velocidades, sendo impossível a determinação dos dois parâmetros ao mesmo tempo; finalmente, a Mecânica Relativística estuda os efeitos sofridos pelos corpos em diferentes velocidades, pois um corpo a uma velocidade próxima à da luz vê o tempo e o espaço se deformarem observando-os diferentemente da forma que um ser à baixa velocidade os enxergam.

E foi nesse contexto físico-químico que surgiram os termos complementares da Escala. Para alguma coisa que não seja possível explicitar se é boa ou ruim, por falta de conhecimento ou qualquer outro fator, o termo a ser utilizado é Quanticalz. Para algo que não seja absoluto, que pode ser bom num dado momento e/ou ruim num outro, o termo é Relativz.

Exemplo:
- Cara, isso R0X?
- Na minha opinião, Relativz. Tem hora que ouço sem problemas, mas tem hora que é insuportável.
- Mas, com certeza, aquilo funka forte!
- É... Quanticalz. Não conheço muito bem, não tenho parâmetros pra avaliar.

Com isso, a Escala, como na Física, se divide em três: a Escala Musical ou Clássica para coisas invariantes, a Escala Relativística para coisas que variam e a Escala Quântica para coisas indeterminadas.


Filosofia de banheiro?

Criou-se uma cultura no Brasil de que sábado é dia de tomar banho. Seria influência de seriado mexicano? Enfim, isso não vem ao caso nesse momento. Atentar-se a esse fato é mais do que suficiente.
Suponhamos agora um feriado prolongado que comece numa quinta-feira: quinta é oficialmente feriado, sexta é dia da famosa emenda, sábado e domingo entram na história praticamente como férias - até hora do Fantástico, é claro.
Se seguirmos o que o povo costuma dizer de que a quinta é praticamente um sábado, então seria a quinta-feira também um dia de tomar banho?


quinta-feira, 31 de maio de 2007

Comédia sobre a tragicidade...

Invasão da reitoria na USP
Essa história foi contada em maio de 2007.

Os filhos da invasão ou Invasão dos berçários
Essa história só será contada em fevereiro de 2008.
Título ainda a ser definido pelos roteiristas.


quarta-feira, 30 de maio de 2007

Arrependimento

Sem dúvida, nascemos para arriscar. Só uma coisa: arrisquemos quando tivermos uma dúvida e não uma "certeza" da qual duvidamos.
Dizem que não devemos nos arrepender, que devemos tirar lições dos fatos. Porém, lições para usá-las quando? Certas coisas não voltam. Infelizmente.


quarta-feira, 9 de maio de 2007

Figuras de linguagem?

Andava estudando um pouco de português quando me deparei com as figuras de linguagem. Pensei em fazer um texto cheio delas. Escrever é uma terapia aliterática para distrair o cérebro. Então, pensei em coisas que pudessem ter anfibologias ambíguas e de duplo sentido, mas logo percebi que alguém já pensara nisso antes. Senti-me tão simplório como a comparação e caí numa contradição de sentidos opostos em meus pensamentos. Algo que se finalizou com um paradoxo paradigmático em conseqüência do início de um paradigma paradoxal. Tentei ora uma elipse omissora, ora um zeugma elíptico.
E passaram pensamentos pela minha cabeça sobre paranomásia.
E numa assonância, do meu objetivo via mais distância por ecoar tanta ignorância.
E nem de uma inversão era capaz.
E nem tese, e nem antítese.
E minhas idéias não eram rio.
E meus pensamentos eram represa.
E, metaforicamente, uma bacia hidrográfica sem fluxo.
E uma falta de criatividade polissindética.
Apóstrofe, como queria sua ajuda; precisava tanto de você, apóstrofe! E a prosopopéia já me olhava sem saber o que comentar. Acabou tudo porque ironicamente não consegui: não devo ser capaz, sem eufemismos... Percebi que surgiam somente pleonasmos repetitivos...



Abobrinha empanada

- Puxa, não é mesmo que esse pessoal da política fala bem?
- É verdade. Não que o conteúdo seja realmente bom...
- Pois é. Pode ser que seja tudo besteira, mas ainda assim, eles falam de uma maneira que, quem não estiver prestando atenção, concorda por achar bonito!
- É como se fosse abobrinha empanada.
- Como assim?
- Abobrinha empanada. Pense bem: é uma coisa empanada! Veja que chique... "empanaaaada"!
- Ãhn...
- Mas ainda assim, é abobrinha...



segunda-feira, 7 de maio de 2007

O tempo

Não digo que te amo a cada segundo
Porque mesmo o tempo passando tão rápido junto a ti
Seria muito esparso o espaço entre os segundos
Eu te amo sempre como o tempo em si

Mas não posso dizer que te amo sempre
Porque o tempo parece caminhar para um fim junto a ti
Seria desprezar o começo num demasiado vazio
Eu te amo todo o tempo do começo ao fim

Mas ainda assim, não posso dizer o quanto te amo
Porque passado o tempo de dizer sobre meu amor por ti
Seria ignorar quanto amor cresceu nesse intervalo
Eu te amo cada vez mais a cada momento

Só que não mais direi o quanto te amo, nem sequer que te amo
Porque o tempo não deixa marcas do que é dito pra ti
Seria subestimar o sentimento em palavras transformá-lo

Resta dizer-te para juntar-te a mim
Entrelaçar tua alma, mesclar tuas cores às minhas
Unir corações, construir melodias

E somente te amarei transcendendo a eternidade
Sem me preocupar com o tempo
Pois junto a ti ele nem existiu tão quanto jamais existirá



domingo, 22 de abril de 2007

Paixão

Com você aprendi a olhar a Lua
E a observar as estrelas
Aprendi que não são belas somente
Por serem belas
Coitados dos que olham tão friamente
Ou não vêem significado algum nelas
Porque um dia meu céu era vazio
Não tinha estrelas, não tinha Lua

Quando foi você o cometa que passou
Iluminando meu céu e me fazendo entender
Que a Lua e as estrelas são belas
Assim como é belo tudo no que há paixão
E pela primeira vez senti
E o universo todo fazia sentido
Um sentido incompreensível
De um sentido sentimental

E se hoje não há mais Lua nem estrelas
Admiro o Sol que não me permite ver
Mas que aquece meu coração
Ainda que tão distante
Os raios desse Sol são a esperança
Que me fazem esperar
Pelo céu onde as estrelas e a Lua
Não se esconderão jamais

Porque é este mesmo céu
Por onde você, o cometa
Passará diversas vezes e o iluminará
Belo como a paixão
Que de tempos em tempos
Se faz esconder e ofusca a alma
E ressurge novamente
E renova um amor



segunda-feira, 16 de abril de 2007

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Batismo

O analista de sistemas e a programadora foram batizar a filha. Surgiu uma dúvida no escrivão:
- Mas o nome da menina é com "H" ou com "E"?
- Nenhum dos dois! - respondeu o pai nerd.
- Os senhor pode soletrá-lo, por favor?
- R-O-O-T!


Páscoa

- Você viu que uns dias atrás acharam uma larva de mosca dentro de um ovo de páscoa?
- Sério?
- É! Deu no jornal que a menina abriu o ovo e, quando foi comer, viu uma larvinha lá dentro.
- Credo! Ainda bem que eu não olho pro chocolate antes de comer!


terça-feira, 10 de abril de 2007

Cebola

Um casal apaixonado,
Um jantar à luz de velas.
Ela preparou o cardápio,
Ele decorou a sala.
Ela adora cebola,
Ele não.
Ela não pudera adivinhar,
Ele deu toda cebola dele para ela.
Que gentileza,
Que romântico.


quarta-feira, 28 de março de 2007

Filosofia

Roberto era oportunista, gostava de levar vantagem em tudo. Uma vez, estava numa aula de filosofia quando o professor parou uma explicação para que os alunos pensassem a respeito do assunto. Roberto iniciou a conversa com o professor:
- É este o livro didático, professor?
- Sim, é esse.
- Posso dar um olhada?
- Claro, fique à vontade.
- Hmmm...
- ...
- Gostei. É possível fotocopiar o livro?
- Sim, mas tem um porém: o livro tem por volta de 350 páginas; você gastaria R$35,00 para copiá-lo e o preço dele é por volta dos R$25,00. Tem que ver o que compensa, né?
- É verdade. Obrigado, professor. Estou perguntando porque cheguei meio atrasado, não consegui pegar todos esses detalhes.
- Sem problemas.
- A propósito, qual é seu nome, mesmo?
O professor aponta o próprio nome no livro deixado na mesa por Roberto segundos atrás. Roberto filosofa sobre o assunto daquela aula até hoje.


terça-feira, 27 de março de 2007

e-mail

- Cara, então, me passe seu e-mail.
- Ah, é meu sobrenome: gelumbauskas, arroba...
- Você tá falando sério que é seu sobrenome?
- Claro.
- Não, mas... não é possível...
- Por quê?
- Cara, me empreste seu RG.
- Ah, tudo bem, tá aqui.
- Nossa! E não é que é mesmo?
- Ué! O que você achou que era?
- Ah, sei lá... achei que você era um cara super-criativo!


sábado, 24 de março de 2007

O último momento

180 km/h na estrada: nunca fui tão irresponsável... Tudo bem, isso não vai me atrapalhar mais mesmo. O pôr-do-sol está lindo, pelo menos um dia bonito pra esse desfecho.
É, meu grande amigo, a gente correu muito juntos, hein? Na maioria das vezes, você que ouviu meu choro, sozinho... Mas infelizmente, nem a velocidade consegue mais me alegrar: não consigo mais deixar os problemas pra trás. Aposto que quem te achar aqui nessa montanha, vai gostar de te adotar! Um carrão, né?! Até mais, meu amigo...
Será que estou fazendo a coisa certa ou devo voltar atrás? Não, não posso. Já sofri demais; se continuar, vou continuar sofrendo. Já está decidido. Essa montanha, essa ponte, esse abismo... preciso olhar mais uma vez pra tudo isso. Como um lugar tão bonito assim pode me trazer tantas recordações ruins? Por que todas essas vezes que estava mal, vim pra esse lugar?
Vai ver que é porque eu lembro de você, que você viajaria comigo pra lugares assim. Meu amor, como sinto sua falta. Meu coração sempre dispara quando penso nisso... eu te amo tanto ainda. Só existe uma coisa pior do que vivermos em mundos separados: vivermos no mesmo mundo sem que eu consiga estar ao seu lado.
Mãe, irmã, meus amigos, me perdoem os que gostam de mim. Deve ter uma meia dúzia... Pode parecer egoísmo, mas talvez algum de vocês deve entender como me sinto. Não há nada pior... desculpem-me mais uma vez, mas não agüento mais.
A hora chegou... que medo. Mas nada deve ser pior do que o que vivo hoje. Coragem... coragem... agora...
_____________________________

Ah!!! Como é rápido!!! Que falta de ar!!! Eu quero gritar!!! Não consigo!!! Eu quero me segurar!!! Não!!! Calma!!! Calma... não... não preciso me segurar... o tempo já passa devagar... estou caindo... mas eu posso voar... É engraçado como tenho consciência desta insanidade em minha mente...
Só consigo me lembrar de você agora... eu queria muito mesmo voar com você. Como sinto sua falta, como sinto saudade... do seu sorriso, motivo pelo qual um dia já fui feliz, completo. Mas eu estarei por perto, mais conformado por saber que é impossível te tocar por causa das leis do universo e não por causa de nós mesmos.
Nossa! Dá pra ver a ponte se distanciando. As rochas, a terra do lado desse penhasco também. Tão rápido, mas eu consigo ver tudo. Céu... eu acho que vou pro céu... Apesar de mais longe, mais perto... Sou passageiro, já não controlo meu destino. Estou chegando... só preciso de mais esse segundo, só preciso dizer que te amo.
Eu te amo. Te amo demais.
Pronto. Que alívio... hora de descans

segunda-feira, 19 de março de 2007

Verão

Dois garotões passeiam em Porto Seguro num belo e típico dia baiano. Um deles:
- Muito massa aquela mina, hein?
O outro concorda com a cabeça. Alguns segundos depois, a "mina" vem até o que falou e lhe dá um tapa na cara.
Moral da história: "a ação alheia é derivada dos termos utilizados: nunca se sabe quando se encontrará uma física pela frente."

quarta-feira, 14 de março de 2007

Amor incondicional

- É aniversário dela amanhã. Acho que mandarei alguma coisa, mesmo que não nos falemos mais. Eu não conseguiria encará-la... iria fazer muito mal pra mim.
- Eu entendo.
- Mas vou fazer isso, não é porque tenho esperanças de voltar ao que era. É porque simplesmente eu gosto dela... não sonho nada, não espero nada... eu simplesmente... gosto.
- Engraçado como é o ser humano: por mais que cortemos de uma vez uma cordialidade, não significa que os sentimentos seguirão o mesmo caminho.
- Pois é... uma vez, falaram pra mim que não tenho mais jeito. E uma coisa que eu não queria admitir, que escondia de mim mesmo se revelou diante dos meus olhos: que eu iria esperar por ela a minha vida toda.
- Eu posso ver nos seus olhos. Pode ter sua vida normalmente, chegar até a amar alguém, mas é por ela que sua vida continuará existindo...
- Sabe, por mais que isso pareça algo tão besta comparado ao nosso ceticismo, eu acredito, sim, em outras vidas. E acho que um dia a encontrarei de novo. Não digo que ficaremos juntos, mas estarei perto. E continuarei a amando com tudo o que queima dentro de mim.
- Existem pessoas que exaltam a tristeza. Bem, eu mesma sou uma delas. Por que será que fazemos isso se a busca de qualquer ser humano ser humano é a felicidade?
- É que nos identificamos. Porque é nessa tristeza que buscamos a felicidade. É nessa felicidade que está a nossa "completude". Naquela época, eu não me sentia triste: eu já fui completo.
- Ainda que triste, você devia se sentir especial por isso. Porque existem tantas pessoas que passaram pelo mundo e não sentiram o que você sente. Você pode dizer que amou de verdade alguém.
- Ainda amo. E já faz tanto tempo...
- Amor incondicional.

terça-feira, 13 de março de 2007

Conversa de Malandro

- E aí, mano? Sussa?
- Sussa... Só numas parada aí...
- Também, só numas parada...
- Só fritando, então?
- Mano, cê nem acredita... umas fritadas na Maria...
- Maria? A Maria? Que anda com a gente?
- É...
- Do terceiro ano?
- É!
- A do maluco boa-pinta, lá?!
- É!
- Maria da Silva?!?!
- É, mano!!!
- Putz, que fita louca, hein?
- Pois é...
- Malaaaaandro... a fita do ano...

segunda-feira, 12 de março de 2007

Fisicologia: Uma visão geral

A fisicologia surgiu em meados de 2007 e é o ramo da Astrologia que tem conquistado mais pessoas que seguem o meio pela grande certeza que ela impõe sobre as previsões de vida. Como a maior parte das ciências astrológicas, a fisicologia também se utiliza da astronomia como base para sua formação, embora de uma maneira muito menos mística: totalmente fundamentada matematicamente, grandes e complexos cálculos são realizados para que se obtenha com exatidão a interpretação para os fatos que ocorrerão no futuro. Em razão disso, os fisicólogos, como são chamados os profissionais da fisicologia, podem aconselhar melhor seus clientes e sugerir estratégias de como lidar com problemas pessoais com chance máxima de sucesso.
As consultas são sempre feitas diante dos livros de astronomia para que, entre imagens de luas, planetas e estrelas, os fisicólogos possam escolher um modelo matemático que simule a situação atual de seus pacientes e possam calcular, a partir de tal modelo, a resolução de grandes problemas. Não é só isso: no meio dos cálculos, ainda é possível definir o que são chamadas de constantes cosmológicas (uma alusão à constante definida por Einstein em seus trabalhos sobre relatividade, recebe esse nome por causa da relação com a astronomia) para traçar um caminho mais apropriado de resolução que deverá ser praticada pelo paciente na vida real. Em outras palavras, o fisicólogo tem o poder de forçar o acontecimento de um fato se tudo o que ele calcular for seguido à risca.
Por todas essas razões é que a fisicologia está deixando de ser somente um ramo da astrologia para se glorificar como ciência.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Black...

- Cara, minha irmã anda ouvindo uns "Black"...
- "Black Metal" ou "Black Music"?
- "Black Music"...
- Nossa!!! Precisamos exorcizá-la!!!

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Escala de graduação de qualidade - Capítulo Histórico

HISTÓRIA

A escala de graduação de qualidade vem sendo formada há tempos. Durante a longa jornada até sua forma final, houve diversas modificações, muitos termos foram incluídos e retirados, muitas tentativas de se obter os melhores verbetes já foram pensadas. Interessante é passear por esse "arquivo" e descobrir esta poética e literária história.

No começo de sua formação, o verbete r0x dominava a qualificação de coisas boas juntamente com o rules, também comumente usado na língua inglesa para expressar a mesma coisa. Houve ainda um concorrente nessa época: o sends; dizer "it sends!" era a mesma coisa que dizer "isso manda!" (sim, um trocadilho muito infame). No entanto, eles começaram a ser deixados de lado e somente o r0x sobreviveu.

Anos-luz após isso, já formada a escala musical, houve uma tendência de ramificação entre os estilos/adjetivos.
Tentou-se dividir, por exemplo, o R0X: surgiriam os novos industrialz, alternativez, classix, nacionalz, emoz, punx...
Ou então, dividir o MetalZ: surgiriam os powerz, blax, deathz, folx, melodix, traditionalz, newz, trashz, symphonix...
Indo ainda mais além, imagine a divisão do ClassicalZ: renascentistz, barrox, romantix, post-romantix, modernz, comtemporaryz...
Felizmente, a tentativa foi frustrada. Imagine: new metal, emo-core, rock industrial, todos eles suX! E como algo que é subdivisão de MetalZ ou R0X pode suckar? Há estilos de Pop ou de Heavy-Metal que Classicaleam, bem como estilos que suckam.
Enfim, manteve-se a escala sem ramificações e mantendo a generalidade de cada estilo: Música Clássica geralmente ClassicalZ, Heavy-Metal geralmente MetalZ, Rock R0X, Pop popz e assim por diante.

Por último, foi pensada numa nova escala que graduasse tudo o que havia de bom para pagodeiros e afins. Inicialmente, pensou-se que seria como a escala musical de forma invertida. Entretanto, novos termos poderiam ser colocados como sinônimos de coisas "boas". Surgiriam verbetes como forroz, rapz ou lambadaz... Soa estranho mesmo pensar em algo como "isso salsaz!".
Esta escala nunca fora criada após tais reflexões. Nem é preciso dizer por quê.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Keanu Reeves

Há muito tempo, saíamos eu e um dos meus melhores amigos do cinema após rirmos bastante das caretas de Jim Carrey. Num dos escuros corredores, ele foi abordado por uma namorada de um amigo dele que o reconheceu no meio de tantas pessoas. Infelizmente, não me recordo nem da face nem do nome dela; se um dia a reencontrei depois, passei direto... (Desculpe-me se um dia ler isso, mas minha memória é muito limitada.)
Recordo-me que era bem extrovertida e engraçada e que, embora eu e meu amigo fôssemos muito tímidos, a conversa havia sido muito agradável até a hora da despedida numa estação do metrô quando ela deveria seguir em sentido oposto ao nosso.
Foi quando eu ouvi uma das coisas mais inusitadas de minha vida, se não a mais:
- Nossa... já te disseram que você parece o Keanu Reeves?
- Não...
Pior... ainda complementou:
- Tá vendo? Agora você já sabe! Pode sair pegando todas as menininhas por aí!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

A Terra do Nunca

A Terra do Nunca é vista de diversas formas num mesmo lugar, é onde universos paralelos se cruzam: você pode escorregar em gigantes claves-tobogãs brincando com as notas que flutuam sobre ele ou se banhar numa piscina de tintas esparramando cores pra todos os lados e deixando tudo como um grande quadro de arte abstrata. Cada um pode olhar da sua forma, olhar pela forma de quem está perto, vivenciar momentos com duas visões ao mesmo tempo: é o que chamam de compartilhar os mundos.
Na minha Terra do Nunca, o céu tem todas as cores no amanhecer e no pôr-do-sol: começa no vermelho, passa pelo amarelo e quando o azul escurece, quase roxo, volta a ser vermelho novamente; tem um céu azul clarinho, como nos dias ensolarados de inverno: olhando para o mar, não se sabe onde começa um e onde termina o outro; tem um céu com nuvens bem pequenininhas, todas juntinhas, como flocos de algodão que alguém foi derramando enquanto passeava por ele.
A Terra do Nunca é um lugar onde anjos e bestas, deuses e demônios convivem harmonicamente. Uma terra de sonhos reais, de realidade em fantasia. Onde é possível enxergar fadas e gnomos, brincar de magia...
A Terra do Nunca é um lugar onde humanos não precisam agredir seus corpos para serem bonitos, não precisam de drogas para se sentirem bem, não machucam uns aos outros por verem diferente o mesmo mundo; é um paraíso que não precisa ser chato por terem anjos e harpas, que não precisa ser o inferno pra que existam nossas diversões.
A Terra do Nunca é onde ela própria não recebe esse nome, é onde existe amor eterno e ele não divide e nem separa as pessoas.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Escala de graduação de qualidade - capítulo aportuguesação

ETIMOLOGIA

Como é possível perceber, a escala de graduação de qualidade veio passando por diversas modificações para atender as necessidades de expressão cada vez mais adequadamente.
Algumas vezes, um problema no qual a escala esbarrava era o do conhecimento básico da língua inglesa para que se começasse a enteder o que era dito. Por esta razão, a aportuguesação da escala foi criada para que ela pudesse abranger uma gama maior de pessoas dentro do Brasil. Vejam só: uma preocupação social.
A aportuguesação surgiu na "verbificação" em português de cada adjetivo da escala musical (note que os precursores R0X e suX são verbos ingleses adjetificados).

ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA

Para se entender o espírito de como usar tais novos verbos, usemos primeiramente exemplos:

Exemplo 1:
- Você viu o que o cara fez?!
- Sim! Aquilo Rockeou!

Exemplo 2:
- Tem certeza que quer fazer isso?
- Claro! MetaLeará!
- Eu acho que vai suckar fortemente!

A seguir, estão listados os verbos derivados da escala já aportuguesados e seus radicais:

Classicalear - Classicale
Metalear - Metale
Rockear - Rocke
popar - pop
suckar* - suck*
pagodear - pagode
funkar* - funk*

Conhecidos os verbos e sendo todos eles regulares, é só conjugá-los da mesma maneira que qualquer verbo na língua portuguesa, como no exemplo a seguir no tempo Presente do modo Indicativo.

Eu Rockeo - popo
Tu Rockeas - popas
Ele Rockea - popa
Nós Rockeamos - popamos
Vós Rockeais - popais
Eles Rockeam - popam

Ainda é possível usar a aportuguesação para a escala na forma 1984. Veja:

- Plus-r0x r0x?
- Não!!! Plus-r0x plus-rockea, ué?!

* O som obedece ao "u" da língua portuguesa.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Balada japa

- Hey, então, vai ter uma balada japa nesse fim-de-semana! Quer ir?
- Bem, apesar de gostar de japonesas, não gosto muito de balada...
- Ah vamos! Ow, cada japonesinha, de saínha aqui! ó... ó...
- Vamos ver.
- Uma vez me mostraram umas fotos dessas baladas japas.
- Mas e aí, é legal?
- Bem, só tem japa!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Como voltar no tempo

- Então, estamos sendo atravessados por uma chuva de neutrinos a todo momento.
- Mas como atravessados? A gente pode ter câncer por causa disso?
- Não, mas é que eles tem uma velocidade muito grande. Por exemplo, a velocidade dos neutrinos no vácuo supera a velocidade da luz na água!
- Nossa... mas pera aí!
- Que foi?
- Você disse que a velocidade dos neutrinos pode superar a da luz, certo?
- Certo.
- E, teoricamente, pra voltarmos no tempo, precisamos superar a velocidade da luz, certo?
- Certo.
- Então, é fácil! A gente pode encher o universo inteiro de água!
- Ah sim! Como nunca pensamos nisso antes?!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Escala de graduação de qualidade - Capítulo Musical

ETIMOLOGIA
A escala na sua forma 1984 não estava suprindo as necessidades de expressão com a intensidade desejada. Então, a música serviu de alicerce para a criação da escala de graduação de qualidade na sua forma atual utilizando-se de gêneros musicais. Será apresentada aqui uma breve história da formação da nova escala e seus diversos aprimoramentos. Tudo começou com uma brincadeira como no diálogo a seguir:

- Hey, isso MetalZ!
- Como assim?
- É, plus-r0x!
- Ah sim, mas de onde surgiu esse "MetalZ"?
- Pense comigo, uma coisa mais do que rock: metal! Então, mais que r0x: MetalZ!


Foi então que o gênero Heavy Metal foi escolhido para expressar algo com muita qualidade. No próximo diálogo, é mostrada a criação da mesma criatura para definir o que é muito ruim:

- Credo, que pagodZ!
- O que viria a ser pagodZ?
- Uma coisa ruim... muito ruim por sinal! Nunca ouviu alguém dizer "estava andando na rua, não prestei atenção e pisei naquele monte de pagode" ou "Putz, que pagodão..."?


Mais tarde, os termos ClassicalZ e funkZ foram adicionados de maneira a querer dizer dupli-plus-r0x e dupli-plus-sux, respectivamente.
Mas por que razão mudar a escala anterior? Como é possível perceber, as palavras são bem mais curtas e conseguem demonstrar muito mais emoção do que as da escala antiga.
Por fim, a escala ainda apresentava o mesmo problema que a anterior: não havia nenhum verbete que se referisse a algo neutro. Logo, um outro ser na face da Terra, depois de pensar um pouco após ter sido questionado a dar uma opinião, soltou um "Hummm... popz!". Todos ao redor entenderam de forma natural, afinal, existe coisa mais neutra do que as famosas músicas de elevador, ou o gênero "Alpha FM"?

ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA
- Tirando os originários da linguagem que terminam com a letra X, seus derivados devem terminar com a letra Z.
- Os adjetivos bons devem começar e terminar com letra maiúscula; os ruins, somente terminar. A razão para isso é bem simples: começar com letra maiúscula indica quão nobre são os gêneros escolhidos para coisas boas; terminar com a letra maiúscula reforça a intensidade de cada um. A exceção é o adjetivo neutro, que começa e termina com letra minúscula, mesmo porque popz não fede nem cheira.

ESCALA PROPRIAMENTE DITA
De cima para baixo, a escala sugere o decrescimento de qualidade:

ClassicalZ
MetalZ
R0X
popz
suX
pagodZ
funkZ

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Escala de graduação de qualidade - Capítulo 1984

ETIMOLOGIA
A escala de graduação de qualidade começou com as famosas gírias do inglês se utilizando dos verbos "to rock" para expressar algo bom e, "to suck" para algo ruim. É muito comum ouvir alguém dizendo "this rocks/r0x!" ou "that sucks/sux".
Porém, estas palavras não supriam a necessidade de se expressar algo muito ou exageradamente bom ou ruim. Foi assim que a linguagem criada por George Orwell em 1984 foi aplicada de maneira contrária à idéia expressa no livro de diminuir o vocabulário da linguagem para apenas alguns poucos substantivos e adjetivos: no caso desta escala, tal linguagem serviu para que fossem ampliadas as formas de expressão.

ORTOGRAFIA
Então, para se alterar a intensidade dos adjetivos, utiliza-se os prefixos in, plus e dupli da seguinte maneira:
- IN: significa negação. Exemplo: pode-se expressar a frase "aquele livro do Orwell r0x!" como "aquele livro do Orwell in-sux!".
- PLUS: para aumentar a intensidade do adjetivo. Exemplo: "esse jogo plus-rox!". Um correspondente em inglês seria "this game r0x hard!" ou em português, "esse jogo é muito bom!".
- DUPLI: só deve aparecer caso plus já tenha sido usado e serve para dobrar a intensidade do mesmo. Exemplo: "esse filme dupli-plus-sux!". Quer dizer algo como "esse filme é muito, muito ruim!" ou "that movie sux very hard!"

GRAMÁTICA
Os prefixos devem aparecer sempre separados por hífen e o mais perto do adjetivo na seguinte ordem: in, plus e dupli. Um exemplo que usa todos ao mesmo tempo: "esse álbum dupli-plus-in-sux!" e significa alguma coisa do tipo "esse álbum é exageradamente bom!".

ESCALA PROPRIAMENTE DITA
Indo de cima para baixo, a escala sugere o decrescimento de qualidade:

dupli-plus-r0x ou dupli-plus-in-sux
plus-r0x ou plus-in-sux
r0x ou in-sux
sux ou in-r0x
plus-sux ou plus-in-r0x
dupli-plus-sux ou dupli-plus-in-r0x

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

O "tio" do busão

Há muito tempo, peguei o ônibus dentro da faculdade para regressar a minha casa, como em todos os dias normais, por volta das onze da noite. Passando pela catraca, notei que todos os bancos da janela estavam ocupados, logo me sentei à esquerda de um senhor que aparentava ter de 55 a 60 anos, de cabelos grisalhos, longos e bagunçados (não era o Einstein) que folheava umas provas de física ou matemática com marcações de notas baixas.
Como sempre, estava despreocupado escutando música na época em meu discman (e devia ser Metal) quando comecei a ouvir uns grunhidos e uivos, os quais não conseguirei reproduzir pela escrita... Retirei o fone da orelha esquerda pra que o "tio" não percebesse que eu prestava atenção. Além dos barulhos, ele esfregava as mãos e balançava o tronco pra frente e pra trás na poltrona, quando começou a falar: eu vou surtar... eu vou surtar... eu vou surtaaaaaaarrrr!!!!!
Nunca vi cena tão enigmática... Ele começou a dar socos com as duas mãos no banco da frente. Eu não sabia o que fazer: levantar, pedir pra ele se acalmar, rir, ficar com medo ou continuar sentado como se nada estivesse ocorrendo. Decidi pela última opção. Os comportamentos das pessoas se dividiam entre os quais citei e quando olhavam pra mim, a minha única reação era de expressar somente com a face: "É verdade, eu não o conheço!" ou "Não, pessoal, não é o meu irmão mais velho".
O ritual do "tio" ainda se repetiu mais uma vez após um súbito acalmo de sua parte quando desceu do ônibus e encarou as pessoas dentro dele como se dissesse: o que estão olhando??? Tranqüilidade estabelecida, a moça que sentava à frente dele virou para trás assustada e, pra minha surpresa, era uma amiga de cursinho do ano anterior. "Pensei que ele ia me bater", ela disse. Ao mesmo tempo que fiquei com dó, achava tudo muito engraçado e ria incesantemente.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Metal

Divertia-me esses dias folheando o Dicionário de Termos e Expressões da Música de Henrique Autan Dourado, presente de uma grande amiga. Passeava por instrumentos de orquestra quando fui afunilando o assunto: cheguei aos de sopro e, finalmente, aos chamados metais. Foi então que a idéia brilhante surgiu: vou procurar por Metal!!!

heavy metal (inglês literal: metal pesado) Gênero de rock agressivo, sustentado por guitarras em altíssimo volume e cantado com gritos e uivos, cujas letras abordam temas violentos, drogas e sexo. Entre os expoentes precursores do heavy metal, Jimi Hendrix, Cream, The Who, Led Zeppelin, que abriram caminho para uma legião de seguidores, como o brasileiro Sepultura, conhecido internacionalmente.

Na hora, murchei. Pensei em como o senso comum toma a mente das pessoas e elas acreditam piamente no que ouvem falar ao invés de conhecer. Só faltam explicitar quando vêem um homem de preto com cabelos longos de seguidor do demônio.
Não é só gritaria ou barulho que sustenta o Metal; sim, existe peso e, com ele, composições ricas, grandes arranjos e ótimos instrumentistas. Os temas também variam: desde histórias de duendes e elfos até problemas psicológicos.
No entanto, é sempre melhor levar com bom humor! Pois, de qualquer forma, justiça será feita: pelo termo heavy metal, Dourado, sim, será castigado pelo Deus Metal; pelo restante, tenho certeza que o Deus Metal também demonstrará toda sua complacência: apesar da escorregada, o autor fez um bom trabalho.

O Pintor de Quadras*


Local: CEFET-SP
Ano: 2002

*Batizado por Hamilton Kuniochi

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Novela!!!

Cena 3
Era numa cidadezinha pequena que o garoto normal vivia e namorava a garota normal. Entretanto, eram muito jovens e a vida impõe certas "obrigações" pessoais a cada indivíduo; foi assim que ele se mudou para a cidade grande, a mesma onde vivem todos os outros personagens.
Ele ainda volta pra cidadezinha e encontra a moça. Ela é louca pra voltar, ele se sente tentado...
Cena da ponte
O momento da moça mais velha era de se apaixonar pelo garoto de vida pacata. Ele, por sua vez, se apaixonou pela garota linda e diferente no momento errado: quando ela começou a namorar o garoto normal.
Programa idiota de discussão de novelas que passa todas as tardes entrevistando o autor
Será que eles estão felizes? O cara mais velho perdeu quem amou de verdade, sem mais nem menos. A moça mais velha não vê reciprocidade do mesmo sentimento que tem pelo garoto diferente. O garoto diferente a adora, mas não consegue deixar de lado a paixão tão forte que o tomou por sua amiga. A garota linda, apesar de gostar do garoto normal, reclama pois ele não a aceita diferente do jeito que é. O cara normal, por gostar de moças normais, ainda lembra da garota normal e faz ciúme pra garota linda. A garota normal continua esperando. O pior: todos dizem haver chances com quem os admira, porém há sempre um outro motivo maior que não deixa acontecer de se combinarem.
Essa história não é nada original. Já se repetiu em tantas outras novelas. Porém, seus autores precisam fazer finais felizes pra contentar o público. Nesta, não haverá final feliz. Na verdade, nem final haverá. E creio que meus leitores se identificarão mais assim... A mesma pergunta que todos fazem é a que vai permanecer aqui: por que nunca dá certo? Não sei. Por isso, não tenho a menor pretenção de colocar um "The End", não acabará aqui. Só que também não sou eu quem vai contar o futuro. Dependerá do que cada um sentir, de seus atos, de suas vontades e do caminho que traçarem.
Do fundo de meu coração, compartilho o sentimento de cada um deles. Adoraria que a vida fosse mais fácil. E como gostaria. Dói em mim saber que ninguém é completo em sua história. Meu coração, como o deles, sofre com a situação. Só que, infelizmente, nunca consegui controlar o destino e não é agora que ele estará em minhas mãos, consiga eu ser feliz assim ou não...

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Fotos


Tem gente que não gosta de sair em fotos. Ficar posando, falando "x" até acertar, achar que tudo está artificial... E com o milagre da câmera digital, as poses são repetidas três, quatro vezes, até a telinha LCD mostrar que a última saiu realmente boa.
Então, essas que não gostam de sair em fotos, preferem bater fotos dos lugares por onde passam sem ninguém conhecido mesmo. "Que coisa sem graça não aparecer... como dizer que você passou por lá?" E daí? O importante não é aparecer; tirar fotos é bom pra se recordar um momento, pensar num dia especial, lembrar de alguma singularidade vista que talvez jamais aconteça de novo.
Uma amiga me mostrava fotos de São Vicente esses dias. Por fim, me mostrou duas lindas fotos ao cair da noite que estavam mais pra cartões postais: uma de um mirante e outra de uma ponte pênsil já iluminada em todo seu contorno. Depois me perguntou: sabe quem bateu? Respondi questionando se era ela. "Sim, foram as fotos mais bonitas que já bati." Junto com essa frase, dava pra sentir o brilho que carregava consigo sobre o dia que passara e sobre conseguir um olhar tão especial da cidade. É bem o tipo de pensamento que vagueia a mente e nos deixa somente a observar. E quando vamos guardar as fotos e voltar a pensar, o único esboço de pensamento é: não preciso pensar em nada, elas já dizem por si só.
Em minha primeira visita ao Rio de Janeiro, eu quis fotografar tudo o que via de bonito; enfim, não estou acostumado a passar por lá todos os dias. Depois de cinco dias de chuva intermitente, finalmente fui passear pela cidade: fez um sol para embelezar o lugar e não para torrar as pessoas. Melhor do que conhecer o que há de interessante na cidade maravilhosa foi passear com meus padrinhos, que adoro tanto, como guias-turísticos. Em qualquer ocasião, estar com eles é muito divertido, é muito bom. Aproveitando o momento, resolvi tirar essa foto (do Corcovado com visão para o Pão de Açúcar); ela é a metáfora perfeita de tudo o que aquele dia significou: foi uma das fotos mais bonitas que já bati.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Novela...

Confesso que é muito ruim fazer uma ponte entre o que já foi descrito e o que virá a acontecer com os personagens num "folhetim" de Internet do que pra uma rede Bobo de televisão, em que um resumo do capítulo anterior é apresentado.
Enfim, é preciso que se comece em alguma cena.
Cena 1:
Escolho então o cara mais velho e a moça mais velha. Mencionei que eram extremamente ligados. Sim, só não são casados no papel, compartilham de tudo. Problemática (existem seres na face da Terra que adoram essa palavra): a moça mais velha vive intensamente seu momento, se apaixona intensamente, ama intensamente; o cara mais velho ama intensamente, não existe nada além da moça mais velha que faça sentido pra ele. Vivem bem.
Ela passou do momento. Ele sabia que poderia acontecer. Entre amar e viver há diferença. Viviam bem.
Dói no cara mais velho, e como é difícil respeitar uma decisão dessas quando vê alguém que foi tão próximo se distanciar. Ele foi o único que a amou de verdade. Pior: continua amando.
Cena 2:
A garota linda e diferente é uma das melhores amigas do garoto diferente de vida pacata, há muito tempo. Mas vivem vidas que não se aproximam, nunca se aproximaram. Nenhum dos dois tiveram sorte com relacionamentos. Por que não se aproximam? Houve uma época que ele tirou a sorte grande, quando ela talvez fosse apaixonada por ele. Só que a sorte grande acabou. Por que não se aproximam? Dessa vez, ela tirou a sorte grande, justamente quando ele se apaixonou por ela.
Ela quis muito tirar a sorte grande com a pessoa que namora hoje. Mas não queria magoar o "amigo" que tanto é parecido com ela. Não adiantou: dói no garoto diferente de vida pacata saber que existiam tantas chances e que escorregaram entre seus dedos.
Fato: sempre pôde dar certo. Entretanto, se o tempo cura tudo, foi ele quem conseguiu destruir.
Intervalo

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Arte Digital

Não muito distante do post de criação, recordei-me do dia em que pensava em arte digital. O que viria a ser? Bem, uma concepção minha seria algo que é criado no mundo da Internet e que não é publicado em livros, revistas, não seja exposto "realmente" numa galeria de arte... Digamos que algo totalmente suscetível ao tempo, que pode perder o sentido de um dia pro outro. E a criação, muitas vezes genial, acaba desaparecendo num piscar de olhos, e quem não a viu enquanto estava no ar, nunca mais terá chance de apreciar; mais: nunca saberá que existiu um artista que um dia sem querer pensar criou algo tão diferente, entretanto tão passageiro. Motivo pra começar a pensar nisso: mais uma vez o orkut foi responsável...
Pode parecer idiota para qualquer internauta o que postarei nas próximas linhas, porém pode começar a fazer sentido pra quem tiver a paciência de ler.
"O orkut é uma página de internet criada pela empresa Google e tem como objetivo aproximar as pessoas com quem um indivíduo se relaciona socialmente. Como? Nesta página, cada pessoa faz um cadastro colocando informações pessoais que serão visíveis por todos que se cadastrarem e poderá ver também as informações de outros usuários. É possível conhecer pessoas novas e encontrar amigos; querendo escrever algo para a pessoa desejada, basta passar em sua página de recados e deixar um comentário (também visível por quem passar por ali) e a pessoa lerá da próxima vez que acessar o site, como se fosse um e-mail, só que público."
Explicado o que é o orkut, podemos falar de um modismo que se apossou desta rede de relacionamentos: as conversas por "páginas de recados". Eis que uma pessoa que logou no site recentemente encontra um amigão que também logou recentemente e elas começam a deixar recados umas pras outras em pequenos espaços de tempo, parecendo que estão usando algum programa de mensagens intantâneas.
Então, aparece de tudo: conversas confidencias, besteiras, coisas sem sentido, palavras jogadas, enfim, uma salada, ou melhor, uma sopa de letrinhas.
Tudo bem detalhado até agora, chegamos à parte interessante. Visitando a página de um amigo (não preciso dizer quem é, apesar de muito especial... vou chamá-lo somente de Henrique), reparei em sua página de recados, recados pra ele mesmo. Detalhe: não era só um, não era um lembrete, não era uma simples expressão de estado de espírito (como muitas vezes eu mesmo costumo fazer); era uma conversa. Vou postá-la na íntegra, já em ordem de cima pra baixo:
"
18h13min: Oi Henrique, como vai?
18h16min: Tudo bem, e você?
18h17min: Vamos levando, sabe como são as coisas, né?
18h17min: Ah, essa vida... essa vida...
18h17min: E aí, o que faz por aqui, no meu orkut?
18h18min: Ah, estava sem nada pra fazer, aí resolver ter uma conversa comigo mesmo!
18h19min: Mas... pelo orkut? Não entendi!
18h20min: Ah, é que eu sou o Henrique moderno. E hoje em dia, o que está na moda é conversar pelo orkut, porque aí todo mundo pode ver. Bom, é isso que parece pra mim.
18h23min: Ah, tá. Puta negócio estranho. Sei lá... Bom, desculpa interromper nossa conversa: como sempre, mas eu sou o Henrique não-moderno, não-comunicativo. Essa conversa já me encheu o saco. Vou dormir.
18h24min: Ok, vai lá, eu vou continuar aqui conversando com várias gatinhas! Hehehehehe
"
Batizado por ele mesmo como "uma conversa do eu com o eu contemporâneo", esse diálogo despertaria o riso de qualquer indivíduo que passasse por aquela página enquanto ele se mantivesse na primeira página. Criativo? Demais. Como uma outra amiga diria, é uma nova maneira de aposentar o espelho.
Infelizmente, do mesmo jeito que a criatividade emerge rapidamente na Internet, ela desaparece de uma hora pra outra. Antigamente, mesmo que não fosse publicado, um autor rascunhava algo em um papel e, um dia, poderia vir a ser importante. Atualmente, neste mundo virtual, nada é guardado.
No próprio orkut, onde pessoas expõem o que sentem em algum momento, podem muito bem, por alguma coisa ruim (geralmente relacionamentos que terminam), apagar milhares de histórias interessantes que fizeram parte de sua vida.
Um pouco mais difícil de acontecer: e se o orkut sumisse? Ou perdesse a popularidade? Por mais sólido que algo se torne virtualmente, isso é possível. No passado, todos conversavam via ICQ (há internautas que nem façam idéia do que é), até que surgiu o MSN, e que pode ser "exilado" com o aparecimento recente do Google Talk. Caso aconteça com o orkut, a criação desse amigo não teria mais sentido, ficaria fora de contexto. Mesmo explicado direitinho nesse post, o diálogo não teria o mesmo impacto como teve pra quem passou naquela página em tais dias.
Essa conversa postada há três parágrafos, não sei por qual motivo, não existe mais. Foi colocada aqui por eu ter tido a sorte de vê-la na hora certa e guardá-la pra mim.
Então, fica essa pergunta, e espero que ela não desapareça tão rapidamente pra que alguém possa pensar numa sugestão para uma possível solução: como se guardar ou manter importante a arte digital?

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Descobertas

Praia Grande em época de férias, noite, tempo quente, relacionamento duradouro e amor eterno de somente três dias. Deitados na praia a observar a lua cheia e as estrelas.
- E aquela é a Ursa Maior.
- Tão bonito seu jeito.
- Que isso...
- ...
- Sabe, queria fugir pra um lugar que fosse só nosso...
- Eu também.
- Maybe you and I can pack our bags and hit the sky and fly away from here, anywhere, I don't care... we'll just fly away from here, our hopes and dreams are out there somewhere... won't let time pass us by, we'll just fly...
- Nossa...
- Bonito, né?
- Na verdade, não sei...
- O que foi?
- É que fiquei impressionada.
- Por quê?
- Cara, você canta em inglês!!!

Novela???

Era uma vez um garoto de vida pacata apesar de viver numa grande metrópole que era um pouco diferente dos garotos de sua idade. Diferente por gostar de coisas que nem todos gostam, por apreciar coisas que nem todos apreciam, por reparar em coisas que nem todos reparam, por sonhar com coisas que nem todos sonham.
Era uma vez uma garota linda, também diferente pras garotas de sua idade, que é a mesma do garoto de vida pacata. Gosta de coisas que nem todos gostam, aprecia coisas que nem todos apreciam, repara em coisas que nem todos reparam, sonha com coisas que nem todos sonham.
Coincidência... eles são parecidos em certos aspectos. Não é à toa que são grandes amigos.
Era outra vez um garoto mais normal, que gosta do que todos gostam, aprecia coisas que todos apreciam, repara em coisas que todos reparam, sonha com coisas que todos sonham.
Era outra vez, uma garota também mais normal, que gosta do que todos gostam, aprecia coisas que todos apreciam, repara em coisas que todos reparam, sonha com coisas que todos sonham.
Coincidência... eles também são parecidos em certos aspectos. Justamente por isso que se dão muito bem.
Era uma outra vez ainda uma garota pouquíssima coisa mais velha que gosta de coisas que nem todos gostam mas que também gosta de coisas que todos gostam, aprecia coisas que nem todos apreciam mas que também aprecia coisas que todos apreciam, repara em coisas que nem todos reparam mas que também repara em coisas que todos reparam, sonha com coisas que nem todos sonham mas que também sonha com coisas que todos sonham.
Era uma outra vez ainda um cara um pouco mais velho (vamos mudar um pouco) que gosta de coisas que nem todos gostam mas que também gosta de coisas que todos gostam, aprecia coisas que nem todos apreciam mas que também aprecia coisas que todos apreciam, repara em coisas que nem todos reparam mas que também repara em coisas que todos reparam, sonha com coisas que nem todos sonham mas que também sonha com coisas que todos sonham.
Coincidência... tirando a idade, se bem que elas se aproximam, eles também têm muita coisa em comum. E é óbvio que são pessoas extremamente ligadas.
Tudo ótimo, tudo perfeito: três casais que nasceram pra serem formados e viverem felizes pra sempre. Tudo ótimo, tudo perfeito? Esquecemos de um detalhe: o título do post é "Novela???". E se somente foi apresentado a descrição de cada personagem, isso significa que ela só está começando! Bem, pode ser que muitos já façam uma idéia do que vai acontecer, como em todas as histórias que se passam em grandes emissoras... mas é necessário certo suspense. O que será que o autor dessa história vai querer contar detalhando os personagens principais e introduzindo uma certa trama? Pode ser que não exista nada de original... ou não. Como saber? Não percam o próximo capítulo...