terça-feira, 7 de outubro de 2008

Parece que chega um momento
Que tudo que nos compõe é destruído
Um momento que não permite mais crescimento
Uma peculiaridade que, quando percebemos,
Acaba com algo e se torna incontrolável
Consome tudo
Sentimentos, pensamentos, momentos e vida e alma
Levamos tanto tempo amando pessoas
E deixamos de amar de uma hora pra outra
Uma a uma...
Desumanizamos, monstrificamos
Pego-me imaginando
Na minha ainda mal-aproveitada juventude
Ao observar tudo escorregar pelos dedos de minha mão
Se atingi esse ápice em tão pouco tempo...
E se tenho tanto ainda pra viver
O que será de mim quando estiver velhinho?
Não amarei mais como adolescente?
Incoseqüentemente, eternamente?
Será um vazio enorme? Restarão só lágrimas?
Não haverá mais aquilo que um dia foi tão forte
Somente sensações esvaecidas para o resto da minha vida?
Se for isso mesmo,
Como explicar o nostálgico sentimento,
O olhar fixo num horizonte perdido,
No passado que não volta mais?
Como explicar a dor tão humana que rasga por dentro
Pela intensidade do que se sentia,
Pela falta do que já não se sente?
E como explicar as lágrimas
Pelo bem-traçado caminho do rosto de um velho
Ao sentir falta dos seus amores deixados pra trás,
Na sua longínqua juventude?
Olhar que também já se foi... que não volta mais...
...que não volta mais...

Nenhum comentário: