domingo, 22 de julho de 2007

Tear the day

Certos dias são como lágrimas. Não todo dia, não se repetem em períodos, não avisam quando vão chegar. Podem acontecer quando menos se espera, após épocas de felicidade estonteante. Simplesmente aparecem.
Acordamos e não gostaríamos de ter acordado, levantamos e não gostaríamos de ter levantado. E tudo parece tão estranho... não parecemos pertencer a lugar nenhum e nada parece nos pertencer. Uma solidão que ataca por fora, por dentro, que quer explodir por dentro, que quer esmagar por fora. E quem explica esse vazio? É algo que vai se tornando maior com o passar do tempo, algo que vai tomando, crescendo até a hora que nem mesmo o ator atua felicidade: transparece tristeza. É quando enganar a si mesmo de que está tudo bem já não é mais suficiente.
É a lágrima que rodeia os olhos, procura uma saída de um lado pro outro, tenta entrar novamente e percebe que já é grande demais para querer ser criança. E cai, cai, cai... lentamente como o dia a passar.
Tanto o dia quanto a lágrima esperam pela mesma coisa: o calor. A lágrima quer secar com um simples toque da mão sobre o caminho traçado para não cair no chão. O dia quer o acalento do simples abraço durante todas as horas para não passar em vão.
E o dia a inveja pois ninguém lhe pergunta "por que chora, lágrima?" Um toque, um abraço não precisam de razões. O dia só os quer para impedir de ser destruído pelo o que não existe, que justamente por não existir o destrói.


segunda-feira, 16 de julho de 2007

Kart

- E aí, o que achou da primeira corrida de kart?
- Gostei! Era o que eu esperava! Mas cansa, né?
- Bastante. Eu quase não consegui levantar depois.
- A nossa disputa foi boa!
- Tá louco, eu tava mais rápido que você mas custei pra ultrapassar, viu?
- Pensou que ia ser fácil?
- Você deu um X, sorte a minha que eu ficava na preferência para a próxima curva.
- Sabe do que eu senti falta?
- Do quê?
- De um retrovisor. Não era muito fácil saber por onde você ia atacar.
- É... eu também... verdade...
- ...
- Na verdade, não senti, não...
- Não?
- Senti falta de uma buzina, isso sim!
- Ãhn?! Você é folgado...